Uma questão frequentemente levantada é se a Igreja Católica foi fundada pelo imperador Constantino. Esta afirmação é comumente feita por algumas denominações protestantes, muitas vezes por uma completa ignorância histórica ou desonestidade sobre a história da Igreja. No entanto, as evidências históricas sugerem o contrário.
Contrariamente à ideia protestante, a Igreja Católica já era uma entidade estabelecida muito antes do reinado do Imperador Constantino. Aqui estão algumas evidências históricas que comprovam isso:
São Cipriano e Santo Inácio de Antioquia: São Cipriano (200-258) é anterior a Constantino (274-337). Como poderia, portanto, Constantino fundar a Igreja Católica se antes dele já existiam católicos e até bispos como São Cipriano? Isto demonstra que já existia uma hierarquia eclesiástica. O primeiro escritor da Igreja que apresenta a expressão católica foi Santo Inácio de Antioquia, martirizado em Roma, em 107 d.C. Santo Inácio nos fala abertamente da Igreja Católica, na sua Epístola aos Esmirnenses.
São Policarpo: Outro contemporâneo dos Apóstolos foi São Policarpo, bispo de Esmirna, que nasceu no ano 69 e foi discípulo de São João Evangelista.
Outros Pais da Igreja: Antes de Constantino já existiam outros Pais da Igreja, como Santo Ireneu, São Lino, São Clemente, etc.
Todos eles acreditavam na Eucaristia, na comunhão dos santos, na devoção da Virgem, na confissão perante o sacerdote, no Papa… eram católicos.
Santo Inácio de Antioquia (aprox. 35 - 107 d.C): Ele é um dos primeiros Padres da Igreja a usar o termo “católico” para se referir à Igreja. Em sua Epístola aos Esmirnenses, ele escreveu: “Onde comparecer o Bispo, aí esteja a multidão, do mesmo modo que, onde estiver Jesus Cristo, aí está a Igreja Católica” (Epistola aos Esmirnenses c 8, 2).
São Clemente de Alexandria (aprox. 150-215 d.C): Ele também faz referência à Igreja Católica em seus escritos. Em Stromata, ele afirma: “(…) Não só pela essência, mas também pela opinião, pelo princípio pela excelência, só há uma Igreja antiga e é a Igreja Católica (…)” (Stromata 1.7. c. 15).
São Cipriano (aprox. 200-258 d.C): Ele foi um bispo e mártir que viveu antes de Constantino. Em suas cartas, ele faz várias referências à Igreja Católica e ao Papa. Ele escreveu: “Estar em comunhão com o Papa é estar em comunhão com a Igreja Católica” (Epist. 55, n.1, Hartel, 614). “E não há para os fiéis outra casa senão a Igreja Católica” (Sobre a unidade da Igreja, cap. 4). “Roma é a matriz e o trono da Igreja Católica” (Epist. 48, n.3, Hartel, 607).
São Frutuoso (? - 259 d.C): Ele foi um bispo e mártir que também viveu antes de Constantino. Ele escreveu: “É necessário que eu tenha em mente a Igreja Católica, difundida desde o Oriente até o Ocidente” (Ruinart. Acta martyrum pág 192 n° 3).
São Irineu (130-202 d.C): Ele foi um teólogo que combateu as heresias de seu tempo. Em seu livro Adversus Haereses, escrito em 180 d.C., descreve a Igreja Católica da seguinte maneira: ‘à igreja fundada e constituída em Roma, pelos dois gloriosíssimos apóstolos, Pedro e Paulo, e, indicando a sua tradição recebida dos apóstolos e a fé anunciada aos homens, que chegou até nós pelas sucessões dos bispos, refutaremos todos os que de alguma forma, quer por enfa-tuação ou vanglória, quer por cegueira ou por doutrina errada, se reúnem prescindindo de qualquer legitimidade. Com efeito, deve necessariamente estar de acordo com ela, por causa da sua origem mais excelente, toda a igreja, isto é, os fiéis de todos os lugares, porque nela sempre foi conservada, de maneira especial, a tradição que deriva dos apóstolos.’
É importante esclarecer que Constantino, que governou de 306 a 337, não tornou o catolicismo a religião oficial do Império, como alguns acreditam. Ele apenas concedeu liberdade de culto, em uma época em que a Igreja já estava em seu 32° Sumo Pontífice após São Pedro (Melcíades). Constantino só foi batizado em 337, no fim de sua vida.
A Igreja só se tornou a religião oficial do Império Romano em 380, com o Edito Tessalônico de Teodósio. Nessa época, a Igreja já estava em seu 37° Sumo Pontífice (Dâmaso I).
Para aqueles que ainda insistem que Constantino fundou a Igreja Católica, aqui vai um pequeno lembrete: Constantino teria que ter uma máquina do tempo para conseguir tal feito! Ele teria que fazer uma viagem estilo “De Volta Para o Futuro”, voltar no tempo, passar por Santo Inácio, São Clemente, São Cipriano e muitos outros, todos eles claramente membros da Igreja Católica muito antes de Constantino sequer nascer. Portanto, a menos que Constantino tenha escondido um DeLorean em algum lugar, acho que podemos dizer com segurança que a Igreja Católica já estava bem estabelecida antes de seu tempo.
Fonte: TheRealPkz